31 ago

Interconexão como negócio na buscapor receitas de telecomunicações

Quando se pensa em melhorar o roteamento inter-redes de chamadas a um custo mínimo, na grande maioria das vezes foca-se somente nos meios de interconexão, porém esquece-se que estamos falando de uma rede de telecomunicações, onde qualquer ação com objetivo de melhorar a eficiência de um ponto deve ser acompanhada por observações e modificações em outros pontos. De modo simples e controlado, é possível fazer isso alinhando a definição dos serviços fornecidos com a garantia na qualidade dos mesmos e observando uma coerência tarifária para a co-prestação desses serviços.

Considerando que os meios de interconexão estão cotidianamente presentes na prestação de serviços de telecomunicações, e não somente quando é necessário definir a quantidade e configuração dos mesmos para a interligação da rede de uma operadora com outras redes, deve-se garantir a eficiência nessas interconexões.  Podem ocorrer, por exemplo, ineficiências devido há um dimensionamento mal feito de meios, ou por não se aferir adequadamente a qualidade após serem colocados em operação, ou aferir somente critérios técnicos contratuais como taxas de disponibilidade, erros de bit e perdas de quadro.

Esse tratamento cotidiano não deve possuir uma abordagem meramente técnica ou baseada nos critérios assumidos nos contratos de meios de interconexão. É preciso considerar aspectos do negócio de telecomunicações como custo e benefício, retorno do investimento e eficiência financeira do meio utilizado.

Ou seja, um meio de interconexão deve ser considerado eficiente na medida de quanto ele contribui para o aumento da receita da Operadora. Essa contribuição é mensurada através das quantidades de chamadas que passam por esse meio de interconexão e que são atendidas, tarifáveis e com boa qualidade de transmissão. Tais medidas são retiradas dos diversos pontos de controle existentes nesse meio. Quaisquer outras medidas são importantes quanto à qualidade e compromissos assumidos, mas não se relacionam necessariamente ao aumento da receita pela contribuição dos meios de interconexão no processamento de chamadas.

Saber quais os índices de desempenho (KPI – Key Performance Indicators e KQI – Key Quality Indicators) que devem ser mensurados é fundamental para acompanhar a contribuição para o negócio do processo de prestação de serviços de telecomunicações de uma empresa. Alguns desses índices não apontarão a causa raiz ou problemas nos meios de interconexão, mas poderão dar segurança suficiente para apontá-las à frente ou atrás do meio de interconexão. O primeiro indicador a se pensar mostra a quantidade de chamadas que passam pelos meios e que são atendidas, tarifáveis e com boa qualidade de transmissão. A exceção a esse indicador é a quantidade de chamadas não atendidas, as atendidas não tarifáveis e as atendidas tarifáveis com má qualidade de transmissão.

O mapeamento das situações que levam a índices ofensores da receita auferida nos meios de interconexão é imprescindível para uma correta abordagem. Contudo não é suficiente, é necessário ter uma precisão matemática para que tais índices sejam realmente indicativos de problemas e não anomalias na medição. Em outras palavras é necessário ter acuracidade das informações a fim de se evitar suspeitar falsamente de um recurso com problemas, pois provocaria acionamentos improdutivos e gastos à toa, ou aceitar indevidamente um recurso defeituoso, o que resultaria manter em serviço um recurso com problema provocando mais perdas.

As fontes de dados para a obtenção desses índices devem ser Registros de Dados de Chamadas, como o CDR – Call Detail Record ou IPDR – Internet Protocol Detail Record, independentemente da tecnologia (TDM, VolP, VoLTE, VoWiFi), que fornecem todos os recursos utilizados em uma chamada e todos os eventos que ocorreram durante essa chamada. O ponto que apresenta o melhor custo benefício para a coleta desses registros são os Equipamentos de Comutação (seja comutação por circuitos ou por pacotes). Tais fontes são escolhidas a fim de diminuir os problemas inerentes de outras fontes que tornam instáveis, seja por alarmes falsos, seja por falta de alarmes. A probabilidade de detectar uma falha dado que ela ocorreu.

Com tais registros, podemos mapear todos os eventos que ocorrem em uma chamada, desde o seu estabelecimento até sua desconexão após a conversação, bem como a ocupação dos meios de interconexão, seja para uma tentativa de chamada, seja para a troca de sinalização entre os meios.

O domínio de como elaborar um Modelo de Informação a partir desses CDR ou IPDR é fundamental para ter a melhor solução e garantir os melhores resultados. Para isso é necessário ter especialistas em interconexão, em negócios de telecomunicações, em gerência de telecomunicações e em TI para
telecomunicações. Esse mix de profissionais gera a combinação ideal para a construção desse ambiente.

Concluindo, o  tratamento da Utilização da Interconexão pelos usuários dos Serviços de Telecomunicações como um processo fim a fim fundamenta na contribuição da busca do aumento da produtividade da base em operação, torna um fator de diferencial e potente na avaliação periférica do comportamento da utilização para encontro de contas, contenciosos e dúvidas sobre utilização, busca o retorno financeiro, não só aferido na decisão de implantação, mas em toda a sua participação no processamento de chamadas e coloca um ponto de observação avançado para entrada e saída de um sistema de telecomunicações.

 

Fonte: https://www.linkedin.com/pulse/interconex%C3%A3o-como-neg%C3%B3cio-na-busca-por-receitas-de-carlos-guitti

Autor : Carlos Guitti

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